terça-feira, 13 de maio de 2014

ARGENTINA - CRISE

Como um pesadelo para seus cidadãos, Argentina e Venezuela empurram o crescimento da América Latina para baixo e registram os mais graves exemplos de distorções econômicas da região. Os indicadores negativos hoje prevalecem em ambos os países que, em momentos diferentes do passado, experimentaram a riqueza concentrada e o sonho de ingressar no mundo desenvolvido. A Argentina crescerá apenas 0,5% neste ano. A Venezuela, dona da maior reserva de petróleo do mundo, provará o recuo de 0,5% em sua atividade. No coração de Buenos Aires, a Avenida Alvear e a favela do Retiro tornaram-se símbolos da decadência econômica acelerada e da expansão da pobreza nas últimas quatro décadas. Em Caracas, as filas nas portas de supermercados e as prateleiras vazias das farmácias alimentam os protestos nas ruas por mudanças no governo, de estilo autoritário.Em ambos os países, a inflação crescente corrói a renda das famílias, sobretudo das mais pobres. Na Argentina, deve fechar o ano em torno de 30%, conforme estimativas extraoficiais. O cálculo do governo, menos robusto, não é tido como confiável. Na Venezuela, a inflação chegará a 75%, de acordo com previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI). A insatisfação popular é expressa também na queda do apoio e da avaliação dos presidentes Cristina Kirchner, em seu último ano de governo, e Nicolás Maduro, no primeiro ano de mandato. Entre analistas econômicos, prevalece a condenação dos modelos adotados desde 2003, na Argentina, e desde 1999, na Venezuela.


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