domingo, 1 de setembro de 2013

Queremos saber... BOLÍVIA X BRASIL.

Editorial - A queda de Patriota e a situação de Molina (OECE)
SABÓIA - HERÓI, mas querem crucuficá-lo.
A saída de Antonio Patriota das Relações Exteriores não surpreende quem acompanhava o dia a dia do Itamaraty. A presidente Dilma Rousseff, dizem os bastidores, considerava que faltava pulso firme de Patriota à frente da diplomacia brasileira. De estilo mais discreto do que o seu antecessor, Celso Amorim, o resgate do senador boliviano Roger Pinto Molina foi a gota de água de uma série de episódios que fizeram Dilma tomar a decisão drástica de demitir o agora ex-ministro. O fato é que a operação não foi autorizada pelo governo brasileiro, o que, claro, gerou um mal-estar na chancelaria do País. O diplomata Eduardo Saboia teria agido à revelia de Patriota, o que fez o Ministério das Relações Exteriores abrir inquérito para investigar o caso.
Sobre o caso Molina, em sim, pairam algumas dúvidas. O Brasil já havia concedido asilo político ao senador boliviano, sendo que o homem já estava confinado na embaixada brasileira havia mais de 15 meses. O problema é que o presidente da Bolívia, Evo Morales, nega-se a dar o salvo-conduto, documento que permitiria o senador sair do prédio. Evo Morales tinha motivos para não conceder o documento: Molina é um opositor político, ainda que eleito dentro das regras que regem a Bolívia. Não seria a primeira vez que um presidente latino-americano persegue e demoniza adversários políticos, mas Saboia alega que agiu diante da leniência do governo brasileiro, que via um homem definhar física e mentalmente em sua embaixada e nada fazia de concreto para resolver a situação.
Por que as negociações sobre a situação de Molina não avançaram em 15 meses? Os governos brasileiro e boliviano são, ao menos na aparência, aliados políticos no continente, e o PT vem nutrindo boas relações com o Evo desde a gestão do presidente Luís Inácio Lula da Silva. É claro que Saboia não poderia ter agido por trás de seu chefe, todavia, é preciso que se esclareçam as condições da negociação em torno do asilo concedido  pelo Brasil, mas impossibilitado pela Bolívia.

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