domingo, 30 de junho de 2013

O que importa nessas MANIFESTAÇÕES...




É preciso  coragem para reconhecer que o povo não está nem aí para a reforma política. Proibir coligações partidárias, reduzir o número de partidos, votar para deputado  em listas preparadas pelos partidos, acabar com os suplentes de senador, estabelecer o voto distrital, determinar o financiamento público das campanhas – essas e outras alterações na legislação podem interessar às elites, mesmo assim de forma parcial. O povão, quer dizer, o trabalhador, o estudante, o baixo assalariado,  não se interessam  por esses detalhes. Talvez nem os jovens que vem saindo às ruas para protestar, porque eles protestam por valores muito mais concretos: o funcionamento dos serviços públicos, dos hospitais, das escolas e universidades, o preço das passagens nos transportes coletivos, a necessidade de se acabar com a corrupção, a importância de botar os corruptos na cadeia, a  abertura de novos empregos, a contenção  do custo de vida e demais reivindicações ligadas ao dia-a-dia de cada um.

Levanta-se  uma espécie de cortina-de-fumaça  manipulada pelas elites, a começar pela presidente Dilma, o Congresso e os meios de comunicação, como se a reforma política se encontrasse em pé de igualdade com as  carências que tem levado multidões a quebrar a rotina de vida no país inteiro. Muito mais importante, para elas, foi  a redução das tarifas de ônibus e metrôs,  como tem sido as promessas de melhoria da prestação de serviços nos hospitais,  escolas públicas, rodoviárias e aeroportos. Claro que também fundamental para   o grito de revolta nacional inclui os gastos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.  Mas  reforma política?... Autor: Carlos Chagas

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