Márcia De Chiara, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Uma pesquisa mostra com números o que os
órgãos de defesa do consumidor suspeitavam pelas reclamações feitas por
pessoas que compram em sites de comércio eletrônico. Na Black Friday
brasileira, os preços das mercadorias subiram em vez de cair de cair.
Nos dias 21 e 22 de novembro, período que antecedeu a megaliquidação
que tenta repetir a fórmula de sucesso do varejo dos Estados Unidos,
houve um reajuste de preços, em média de 8,5% na comparação com o
período imediatamente anterior, de 12 a 20 de novembro. No dia da Black
Friday propriamente dito, que foi 23 de novembro, a alta foi de 0,06%,
em média.
Os números fazem parte de uma pesquisa feita pelo Programa de
Administração de Varejo (Provar) e da Felisoni Associados com a Íconna,
empresa que desenvolveu o software para captar os preços de produtos
idênticos nas lojas de comércio eletrônicos, a fim de apurar a inflação
na internet.
A pesquisa foi realizada com uma dúzia de grandes lojas virtuais, que
também têm lojas físicas no comércio tradicional. Foram pesquisados os
preços de 1.728 produtos, entre eletrodomésticos, eletrônicos, bebidas,
aparelhos de imagem e som e itens de informática.
Claudio Felisoni De Angelo, presidente do Conselho do Provar e
responsável pela pesquisa, frisa que o levantamento coletou preços de
produtos idênticos e não considerou itens similares na avaliação.
"Pelos resultados obtidos, pode-se dizer que não houve, de fato,
promoção sob a chancela da marca Black Friday", observa o especialista
em varejo. Ele lembra que o evento tradicional do varejo americano é
marcado por reduções entre 40% e 50% nos preços das mercadorias.
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